Artistas do Coletivo Lidimista

Os artistas do Coletivo Lidimista são vozes ativas e críticas, comprometidas com a transformação através da arte. Unidos pelo Manifesto Lidimista, rejeitando o convencional e lutando para provocar reflexões profundas. Cada membro traz uma perspectiva única, mas todos compartilham o mesmo objetivo: usar a arte como ferramenta de resistência, comunicação e mudança, refletindo uma visão de futuro onde a arte é um ato de liberdade e não uma mercadoria.

  • Rodrigo Favarete

    Sobre:

    Sou um polímata com uma mente completamente inquieta que é forçada a vender seu tempo na engenharia de software, fazendo coisas que não importam, para sobreviver apenas, enquanto busca na arte digital, no Live Coding, na literatura, e em qualquer forma de expressão que a desafie, a libertação que todos nós merecemos. Minha arte é uma tentativa desesperada de realmente viver. O que faço não é apenas um trabalho ou um hobby; é uma luta contra o vazio e a alienação. Minhas criações estão profundamente enraizadas em duas realidades que me definem: a primeira é minha saúde mental, marcada pelo autismo, altas habilidades, superdotação, TDAH, depressão e ansiedade, que me empurram para os limites da existência, sempre à beira do colapso, mas também da descoberta; a segunda é a intersecção entre arte e tecnologia, onde encontro um espaço para canalizar essa tensão e transformá-la em algo que vale a pena, onde posso achar algum controle. Não busco apenas criar; busco sobreviver ao caos dentro de mim e, quem sabe, encontrar um pouco de sentido no processo. Tudo o que faço é uma tentativa de escapar das amarras de um mundo que quer me encaixar em moldes que não aceito, de transformar minha dor e minha luta em algo que vá além do simples existir.

    Coleções:

    1. Autobiografia

      As artes desta coleção nascem dos desafios diários que enfrento por conta de minha saúde mental problemática. Elas revelam o que é viver com autismo, altas habilidades, superdotação, TDAH, depressão crônica e ansiedade em uma sociedade que não se importa. Após anos de tentativas falhas de tratamento, sinto uma dor fantasma que não sei localizar, mas que é profundamente real. Esta coleção é minha tentativa de expressar essas dores e ajudar outros a entender e formalizar sentimentos que, como os meus, parecem incomunicáveis.

    2. Fantasmas Urbanos

      Em alguns lugares que passo eu deixo esses grafites digitais, grafites que só existem no contexto da realidade aumentada, por isso chamei essa série de 'Fantasmas Urbanos', a maioria das pessoas que passam por esses locais não faz ideia de que exite um grafite ali, apesar de todas estarem com seus celulares nas mãos e poderem acessá-los quando quiserem. Se for possível, você pode visitar os lugares com um óculos de AR, como o Meta Quest 3 (ou mesmo um Google Cardboard), mas o mais comum é visitar o lugar e abrir o link da experiência pelo celular.

    3. Interativas

      Aqui eu deixo a coletânia de artes que não possuem, necessariamente, uma ligação clara entre si e que também são interativas de alguma forma. As artes aqui precisam apenas de um navegador web para funcionar e, muito provavelmente, funcionarão neste mesmo navegador que você está usando para ler esse texto. Nessas artes eu tento explorar assuntos diversos, majoritamente políticos, e usar programação criativa para transformar a arte em algo mais, algo conectado com o nosso tempo e com minhas próprias características como programador.

    4. Realidade Mista

      Aqui eu deixo a parte tecnológica de artes que só fazem sentido completo se forem vistas fisicamente também, pois essa é a ideia: misturar artes fisicas com tecnologia para, de alguma forma, elevar a experiência para algo mais moderno e inovador, além da parte física e estática. Sempre que possível eu também vou colocar algumas imagens, vídeos e afins que mostrem o resultado dessa combinação para quem não tiver a arte física, mas não posso garantir que será possível com todas, já que não sei pra onde minha cabeça me levará com esses experimentos.

  • Ayla Veritti

    Sobre:

    Nasci na Sardenha, mas foi em Lisboa que encontrei o meu verdadeiro lar. Desde cedo, mergulhei na fotografia e na poesia, movida por uma curiosidade insaciável e pela necessidade de expressar o que o mundo não conseguia oferecer-me. Sempre fui autodidata, sempre a explorar o que havia dentro de mim e ao meu redor, até descobrir a minha voz na fusão entre o surrealismo e a fotografia documental. Foi assim que comecei a criar colagens digitais, onde o real e o imaginário se encontram. A minha arte é mais do que simples estética; é um acto de resistência. As minhas colagens digitais são gritos de protesto contra o capitalismo que devora o nosso planeta, uma crítica às estruturas que valorizam o lucro acima de tudo. Frequentemente, lanço as minhas criações como NFTs, usando a tecnologia para subverter e questionar os próprios sistemas que as acolhem. Vendo as minhas obras pelas ruas de Lisboa, mantenho viva a conexão com as pessoas e com a cidade. Para mim, a arte não é apenas um reflexo do mundo; é uma arma para transformação, uma forma de despertar consciências e provocar mudança. Lisboa é o meu palco, e cada obra é um convite à reflexão sobre o futuro que estamos a construir juntos.

    Coleções:

    1. Evidências

      Visito vários sítios e esforço-me para não ceder à tristeza ao pensar que, em breve, estes mesmos sítios deixarão de ser apreciados, seja pela sua destruição, seja pelo desaparecimento da nossa própria espécie. Esta coleção imagina um futuro onde a consciência desperta e a natureza se levanta em defesa destes sítios. Estas fotos são as evidências desse momento, um testemunho de um tempo em que a natureza se torna a guardiã daquilo que nós, tão cegamente, destruímos.

  • Inkrypn0os

    Sobre:

    Eu sou uma aberração, um artista estrangulado pelo capitalismo, alguém que nasceu da morte da cultura e da arte, morte evidenciada na produção interminável de música projetada por algoritmos, na literatura circunscrita para atrair a adolescência interminável de um público leitor cada vez mais burro, nos filmes de super-heróis que há muito tempo se ossificaram no cinema. Sou só alguém que ainda não teve a coragem ou a covardia necessária para estourar a própria cabeça de uma vez. Sou o último resquício do arquétipo do humanista furioso, mastigando cada visão dos seus semelhantes sendo dilacerados, espremidos por sofrimentos que fariam o inferno de Dante parecer uma piada para crianças. Eu me inspiro no meu ódio por cada peça dessa escória de genocidas e racistas que se espalharam pelo mundo. Como você, preso nesse teatro ridículo, eu ainda tenho que servir a esse sistema que me destrói, a esse trabalho inútil que suga o resto da minha alma. A arte só nasce nos buracos do tempo livre, se é que posso chamar de livre, pois às vezes nem isso sobra quando a depressão e a ansiedade se agarram à minha garganta: as formas mais bem sucedidas de controle de massa das nossas sociedades modernas. Minha arte não tem moldura; está nas telas que hackeio, nos sites que você acessa sem saber que nem deveriam existir.

    Coleções:

    1. Cyber Graffiti Art

      As obras de Cyber Graffiti são experiências de realidade aumentada acessíveis via código QR que eu ou algum camarada colaremos em locais públicos, o que eu chamo de Museu Aberto (e que recentemente descobri ser um conceito bem discutido dentro do Lidimismo). Se você estiver em um desktop, poderá visualizar a arte em 3D no visualizador da Web, mas a maneira ideal é acessar o conteúdo com um telefone celular.